Quem passa pelas principais avenidas de Campo Grande tem reparado que os radares de fiscalização eletrônica estão sumindo das ruas. Equipamentos antes fixados em locais movimentados, como o Viaduto da Afonso Pena, Avenida Mato Grosso e Avenida Prefeita Lúdio Coelho (Vovó Ziza), foram removidos nos últimos dias, chamando a atenção de motoristas acostumados a reduzir a velocidade ao se aproximar dos pontos.
A Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) explicou que a retirada faz parte do processo de transição para o novo contrato de fiscalização eletrônica, que já está em andamento. De acordo com o órgão, todos os radares serão reinstalados em até 30 dias e, após a reinstalação, entrarão em uma fase educativa de 15 dias, período em que os condutores serão apenas orientados sobre o início do funcionamento dos equipamentos, sem aplicação de multas.
Segundo a prefeitura, 212 faixas de trânsito serão monitoradas nesta nova etapa, definidas com base em estudos técnicos que identificaram os pontos com maior necessidade de controle de velocidade e segurança viária.
O novo contrato, firmado com o Consórcio CG Segura, tem valor de R$ 47,9 milhões e vigência de dois anos, com possibilidade de prorrogação por até dez, conforme prevê a Lei de Licitações (Lei nº 14.133/2021). O consórcio é composto pelas empresas Serget Mobilidade Viária Ltda, Mobilis Tecnologia S/A, Meng Engenharia Comércio e Indústria Ltda e Energy Tecnologia de Automação S/A.
A troca de equipamentos ocorre após o encerramento do contrato anterior, firmado em 2018 com o Consórcio Cidade Morena, liderado pela Perkons S.A., o qual perdeu a vigência em setembro de 2024. A partir daí, a cidade ficou com o sistema em operação irregular, o que levou à suspensão judicial de 196 mil multas aplicadas entre 2024 e 2025, decisão posteriormente revista pelo TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), que restabeleceu a validade das autuações, mas manteve bloqueados os pagamentos de mais de R$ 5 milhões ao consórcio anterior.
Com o novo contrato em vigor, a Agetran prevê que todos os radares estarão reinstalados e funcionando até o fim de outubro, já com a fase educativa concluída. A troca inclui equipamentos de nova geração, com monitoramento em tempo real e maior precisão na leitura de placas e identificação de infrações.